27.2.05

Eça de Queiroz e eu. Uma viagem imaginária. (5)

Regressámos ao Lawrence para um retemperador banho, e para jantar um excelente bacalhau à Alencar acompanhado de um tinto vinho de areia de Colares. (vinhas plantadas em terrenos arenosos), região que fica ali mesmo ao lado de Sintra. Depois do repasto fomos à sala de fumo onde o Eça colocou um charuto na boquilha, que fumou enquanto saboreávamos um cognac. Conversámos sobre a jornada do dia desde que havíamos saído de Lisboa. Fora um dia cansativo, aos solavancos, mas tinha sido excelente pois os seus apontamentos sobre Sintra estavam, agora, mais actualizados e seriam certamente úteis para a feitura do livro. Eram vinte horas e recolhemo-nos, pois no dia seguinte teríamos mais uma jornada porventura cansativa.
Manhã cedo, mal o sol se via, fomos acordados como pedíramos, pois queríamos ir a Monserrate e a Seteais visitar seus Palácios, e ainda no regresso a Lisboa passar em Queluz. Tomámos o nosso pequeno almoço e aguardámos a chegada da carruagem.
Chegámos a Seteais, atravessámos uma extensa área jardinada bem tratada, e entrámos no Palácio depois a passar um imponente arco triunfal, evocativo da visita de el-rei D.João VI. Este palácio foi construído no finais do século XVIII por Daniel Gildemeester. È realmente uma imponente obra a merecer a nossa visita. Não nos demorámos mais tempo que o necessário para uma rápida vista de olhos. Tinhamos de ir ainda ao palácio de Monteserrate e para lá nos dirigimos atravessando um caminho ladeado por muros de pedra cobertos de era e de vinha virgem amarelecida pela forte estiagem que se fazia sentir. Este palacete é um dos mais interessantes representantes do romantismo em Sintra, com uma enorme torre em forma circular e cúpulas elevadas de grande beleza. È realmente digno de se ver. Belos os seus jardins com exemplares arbóreos de grande envergadura e beleza.