Escrever sem tema
Escrever um texto sem ter tema é uma tarefa sempre muito difícil de levar até ao fim.
Debitar frases e palavras para o processador de texto acaba sendo uma maneira de esperar que despertem os neurónios e comece a fluir um tema, e algumas vezes o resultado surpreende-nos.
Realizou-se mais uma daquelas reuniões-jantares de lobitangas, a que me habituei a ir, este ano, depois de anos e de várias insistências do meu primo Cunha, que é um dos permanentes nestas coisas que ao Lobito dizem respeito. E acabei indo, não sem uma sensação de angústia na primeira vez, pois há mais de trinta anos estava afastado dos meus amigos e colegas, e temia que me não reconhecessem, ou que eu não os identificasse naquele espaço onde vivera. Sensação que acaba por ser a de todos aqueles que ali vão depois de longa ausência.
E o resultado é surpreendente e surge uma capacidade em associar a memória visual à memória auditiva, onde os timbres de algumas características vozes, que juntos a pequenos detalhes fisionómicos, acabam por revelar quem é o nosso interlocutor. E muitas outras recordações acabam jorrando e dando o seu contributo a uma sensação de satisfação e alegria no reencontro. Comigo tem sido assim.
O que leva trinta e tantos anos depois, um ser humano a manter acesa esta chama?
A resposta só pode ser encontrada e estruturada no facto de necessitarmos de reencontrar as nossas raízes, e assim, procurar esses elos ao passado, representado pelos nossos amigos e companheiros de brincadeira da nossa meninice ou aventuras da nossa adolescência. E há um desencadear de acontecimentos que há muito estavam esquecidos nas gavetinhas da nossa memória, e que pelos estímulos que nos transportam a dezenas de anos atrás, vamos vendo desfilar.
Mas esta realidade encerra uma outra situação interessante que faz com que muitos dos que vamos encontrando, e que não faziam parte directamente do rol dos nossos amigos, e das nossas relações mas com quem apenas trocávamos um aceno e um cumprimento, e que eram apenas conhecidos – puxa somos do mesmo kimbo. – talvez por nos encontrarmos na mesma situação de desenraizamento e onde a nostalgia dos idos tempos, nos faz aproximar e relacionar, acabam assumindo uma relação de maior proximidade.
Um sociólogo habituado a estudar e analisar estas situações lhe daria uma forma e apresentação científica e mais esclarecida, o que sinceramente não é o meu caso. Eu apenas tentei verter para o meu blogue mais esta observação que acabou sendo um texto escrito sem tema
Debitar frases e palavras para o processador de texto acaba sendo uma maneira de esperar que despertem os neurónios e comece a fluir um tema, e algumas vezes o resultado surpreende-nos.
Realizou-se mais uma daquelas reuniões-jantares de lobitangas, a que me habituei a ir, este ano, depois de anos e de várias insistências do meu primo Cunha, que é um dos permanentes nestas coisas que ao Lobito dizem respeito. E acabei indo, não sem uma sensação de angústia na primeira vez, pois há mais de trinta anos estava afastado dos meus amigos e colegas, e temia que me não reconhecessem, ou que eu não os identificasse naquele espaço onde vivera. Sensação que acaba por ser a de todos aqueles que ali vão depois de longa ausência.
E o resultado é surpreendente e surge uma capacidade em associar a memória visual à memória auditiva, onde os timbres de algumas características vozes, que juntos a pequenos detalhes fisionómicos, acabam por revelar quem é o nosso interlocutor. E muitas outras recordações acabam jorrando e dando o seu contributo a uma sensação de satisfação e alegria no reencontro. Comigo tem sido assim.
O que leva trinta e tantos anos depois, um ser humano a manter acesa esta chama?
A resposta só pode ser encontrada e estruturada no facto de necessitarmos de reencontrar as nossas raízes, e assim, procurar esses elos ao passado, representado pelos nossos amigos e companheiros de brincadeira da nossa meninice ou aventuras da nossa adolescência. E há um desencadear de acontecimentos que há muito estavam esquecidos nas gavetinhas da nossa memória, e que pelos estímulos que nos transportam a dezenas de anos atrás, vamos vendo desfilar.
Mas esta realidade encerra uma outra situação interessante que faz com que muitos dos que vamos encontrando, e que não faziam parte directamente do rol dos nossos amigos, e das nossas relações mas com quem apenas trocávamos um aceno e um cumprimento, e que eram apenas conhecidos – puxa somos do mesmo kimbo. – talvez por nos encontrarmos na mesma situação de desenraizamento e onde a nostalgia dos idos tempos, nos faz aproximar e relacionar, acabam assumindo uma relação de maior proximidade.
Um sociólogo habituado a estudar e analisar estas situações lhe daria uma forma e apresentação científica e mais esclarecida, o que sinceramente não é o meu caso. Eu apenas tentei verter para o meu blogue mais esta observação que acabou sendo um texto escrito sem tema